por
Milton
Procópio de Borba
O
meu irmão José foi um grande amigo. Sempre que podíamos, nos encontrávamos
para longas conversas sobre nossas famílias, nossas motos, computadores e quase
sempre ele me colocava alguma questão ou quebra-cabeças envolvendo Matemática.
Ele tinha resolvido, desde cedo, que não iria estudar (parou na então 4ª série
do curso primário), mas conseguiu aprender muito com a vida e os maravilhosos
contatos que teve como um dos mais conhecidos garçons da sua época em
Joinville, Itajaí e finalmente em Balneário de Camboriú, onde foi assassinado
em plena casa cheia (Restaurante Imperatriz), no dia 5 de janeiro de 1990, no início
da noite.
Eu
me lembro muito bem de três questões que o mano me apresentou. A primeira, bem
simples, era uma necessidade dele: como calcular os 10% que lhe cabia como garçom,
se a conta paga pelo freguês não trazia descriminado este percentual. Ele me
deu, como exemplo, uma conta de Cr$ 100,00. Se ele calculasse os 10% sobre 100,
daria 10 para ele e sobraria 90 para o dono do restaurante. Isto não ficaria
certo, pois ele só teria direito de ganhar 10% sobre a parte do dono, no caso
90. Mas então, ele ficaria com 9 e o dono 91, o que continuaria errado. Ele ficou surpreso com a minha resposta simples e rápida: “Divide o total
por 11. Esta é a tua parte”.
A
outra, hoje muito famosa, foi a dos três amigos que consumiram, juntos, Cr$ 25.
Cada um deu Cr$ 10 e o garçom trouxe, de troco, cinco cédulas de Cr$ 1. Cada
amigo pegou uma cédula e deixaram as outras duas para o garçom, de gorjeta. A
questão, agora é a seguinte: Cada amigo acabou gastando Cr$ 9, totalizando Cr$
27. Com os Cr$ 2 de gorjeta, somam Cr$ 29. Mas não eram Cr$ 30 ? Onde foi parar
o outro Cr$ 1 ? (Que confusão ...)
Finalmente, a terceira questão, muito mais interessante, faço questão de divulgar sempre que posso: Quantos palitos estão na caixa?